sábado, 11 de fevereiro de 2012

Vouguinha: PSD e CDS pedem ao Governo para estudar melhor antes de suspender comboios

Oposição reagiu à recomendação da direita exigindo, no imediato, recuo do encerramento assumido no Plano Estratégico de Transportes (PET), o que acabria por não ser aceite.



Os partidos da maioria que sustentam o Governo defenderam na Assembleia da República (AR) um estudo para avaliar a viabilidade da linha ferroviária do Vouga, uma das que está na lista para ser desativada por motivos económicos, o que ainda não sucedeu por falta de alternativas rodoviárias para as populações.

As recomendações do PSD e CDS foram deixadas em projetos de resolução durante o plenário, esta sexta-feira, onde a oposição se mostrou mais preocupada, no imediato, em evitar o fim dos comboios.

Paulo Cavaleiro, deputado social democrata eleito por Aveiro, pediu ao Ministério da Economia para estudar, com as autarquias e outros parceiros, uma "alternativa que viabilize a requalificação e modernização" do Vouguinha e permita garantir a sua "sustentabilidade", tanto mais que entre Aveiro e Águeda não existe alternativa rodoviária à altura.

Lembrou "a abertura" do Governo para não avançar com a desativação se aparecerem privados interessados em explorar a ferrovia.
As "fragilidades" - por não estar ligada à Linha do Norte, em Espinho, e a antiguidade do material circulante - obrigariam a um esforço de modernização que o PSD acredita ter retorno, com novas soluções intermodais. E assim aproveitar "o efetivo potencial, se for dado o passo certo".

A Linha do Vouga (Aveiro/Águeda e Aveiro/Espinho) comportava para o Estado um custo efetivo de 75 cêntimos por passageiro a cada quilómetro, que a tornavam a sétima mais cara.

O deputado Raul Almeida (CDS), também eleito pelo círculo distrital, lembrou os dados dizem respeito a 2008. "Desde então, já existe um aumento de
passageiros de 30%. O custo efetivo deverá ser obviamente inferior", alertou.

Por isso, defendeu um estudo "mais aprofundado" para determinar a viabilidade atual da linha, tendo em conta outros fatores relevantes, "nomeadamente os 3,7 milhões de euros gastos pela REFER nos últimos três anos" bem como a análise das implicações sociais, económicas e ambientais.

Tornar mais eficiente, é a proposta do PS
O PS, que colocou a ex-secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitórino, a exigir a manutenção da linha, acusando o Governo de ir mais longe do que está a ser exigido no plano de resgaste das autoridades financeiras internacionais.

"Em tempos de crise não é preciso encerrar, é preciso tornar mais eficiente. O que diz a troika é tornar mais eficiente, para racionalizar", disse a deputada.

Segundo Ana Paula Vitorino, em 2008, aquando do centenário, o Governo de então colocou duas hipóteses: encerrar ou apostar nas populações e criar condiçoes para a sua utilização. Optou por investimentos que desde 2010 criaram mais serviços e horários ajustados. O resultado foi o aumento de 30% de passageiros, lembrou a antiga governante. São mais de 600 mil por ano atualmente.

O Bloco de Esquerda, pelo seu único deputado eleito por Aveiro, Pedro Filipe Soares, alinhou contra o encerramento, acusando o Governo de "esconder" o aumento da procura da linha que passa pelo centro de várias cidades dando "uma escolha amiga das populações e mais barata" que está agora para fechar. "Não nos podemos contentar com mero estudo, temos de dizer não ao encerramento enquanto está em funcionamento", disse Pedro Filipe Soares ao criticar a posição dos partidos da maioria que se arriscam a derramar "lágrimas de crocodilo".

Dos partidos sem deputados pelo distrito, o PCP pediu a revogação imediata da desativação do serviço de passageiros e "Os Verdes" acrescentaram a valorização da linha ferroviária do Vouga.

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