A produção de laranja em S. Mamede de Ribatua, no concelho de Alijó, pode estar comprometida com a construção da barragem de Foz Tua. Este é o principal receio dos produtores, que, na última edição da Feira da Laranja falaram das consequências deste empreendimento hidroeléctrico.
Maria José Rocha, 52 anos, vende laranja nas feiras do concelho de Alijó e está receosa com a continuidade do negócio. “A barragem vai estragar muito, vai haver bastantes laranjais e olivais que vão ficar submersos”, constata a agricultora.
Com a construção da albufeira, Maria José garante que vai perder mais de mil laranjeiras. “Com a barragem poderá mesmo deixar de haver esta laranja, porque a maior parte das laranjeiras que vão ficar afogadas. Já têm mais de 100 anos e a melhor laranja é a que é colhida mais para baixo, onde vai ser feita a barragem”, salienta esta produtora de laranja.
Manuel Marinho, de 57 anos, também não se conforma com a perda de 50 por cento dos seus laranjais. “Não quero ser contra a evolução, mas gostava de manter aquilo que tenho, não pelo interesse económico que a laranja tem, mas, acima de tudo, porque é uma herança de família”, realça o agricultor.
Manuel Marinho produz, anualmente, cerca de 5 toneladas de citrinos, uma quantidade que, seguramente, vai diminuir com a construção da barragem. Este agricultor afirma que os irmãos também vão ver os pomares de laranjeiras completamente submersos pela albufeira.
Origem: http://www.jornalnordeste.com/noticia.asp?idEdicao=367&id=15843&idSeccao=3312&Action=noticia
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